segunda-feira, 19 de maio de 2014

Novidades na Ciência sobre a Sensibilidade ao Glúten

19/05/2014 - por Andrea Matarazzo

Estudos recentes apontavam o glúten como o responsável por um distúrbio gastrointestinal em pessoas não celíacas (doença autoimune), chamado de “sensibilidade ao glúten”. Estes estudos tomaram conta da mídia e a indústria de produtos específicos para intolerantes ao glúten viu sua fatia de mercado aumentar para 18%, quando apenas 1% da população sofre de doença celíaca.

Pelo fato do glúten ser uma proteína muito presente na nossa dieta, pesquisadores ficaram insatisfeitos com os estudos e foram investigar porque o glúten poderia causar estas reações.

Nesta pesquisa, 37 pessoas com sensibilidade ao glúten foram divididas em 3 grupos. Cada um deles recebeu um tipo diferente de refeição: rica em glúten, com a presença do glúten e sem glúten (que seria o grupo controle). Para evitar o “efeito placebo”, nenhum dos integrantes sabia em que grupo estava ou o que iria comer.

No final do estudo, todos os integrantes relataram sentir dor, distensão abdominal, náusea e gases, inclusive o grupo que recebeu dieta sem glúten.

Gibson, um dos pesquisadores que havia publicado um estudo sobre a sensibilidade ao glúten em 2011 e também responsável por esta nova pesquisa, chegou à seguinte conclusão: “Indo contra o estudo de 2011, nós não encontramos absolutamente nenhuma resposta específica ao glúten”. Provavelmente, o que ocorreu no estudo, foi o chamado efeito Nocebo, ou seja, os pacientes que se diagnosticaram como sensíveis ao glúten esperavam que iriam se sentir piores com as refeições ingeridas durante o estudo, já que estas poderiam conter glúten. Além disso, também estavam mais atentos aos sintomas intestinais, já que estavam sendo monitorados pelos cientistas.

O estudo finaliza com a especulação de outras substâncias, presentes em todos os alimentos com glúten, que podem ser as responsáveis pelos sintomas citados na sensibilidade ao glúten: FODMAPS (lactose/produtos lácteos) e alguns conservantes utilizados pela indústria alimentícia como os benzoatos, propionato, sulfitos e nitrito).

Deixo então meu comentário como Nutricionista para finalizar o post. Talvez nos próximos anos a mídia escolha os FODMAPS como os vilões e a indústria resolva fazer uma nova leva de alimentos com outras substâncias que façam o papel dos FODMAPS. E então, após algum tempo, podemos encontrar novos estudos com outras substâncias que também existem nos industrializados e que também causam os mesmos sintomas.

O que eu quero dizer é que uma alimentação balanceada, na qual exista a presença de todos os tipos de alimentos de maneira equilibrada, pode ser a melhor opção hoje e sempre. Evitar os industrializados e consumi-los de maneira inteligente é a melhor opção.

Fonte: Blog Modait

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